Divaldo Franco, o discípulo tão arrivista quanto Chico Xavier - II

DIVALDO FRANCO NO TERCEIRO "CONGRESSO ESPÍRITA DE GOIÂNIA", EM 13 DE FEVEREIRO DE 2018, ESCULHAMBANDO O PT, O MARXISMO E A CAUSA LGBTQ, ALÉM DE EXALTAR A OPERAÇÃO LAVA JATO E O HOJE MINISTRO BOLSONARISTA SÉRGIO MORO.
Conhecido como "mensageiro da paz" e "maior filantropo do Brasil", Divaldo Franco tem valor duvidoso em diversos aspectos, assim como seu ídolo e eventual parceiro Chico Xavier, de quem também foi amigo, apesar das denúncias de plágios quase terem estremecido a relação.
Depois que Antônio Wantuil de Freitas, presidente da FEB, deixou o cargo em 1970 e se preparava para o "retorno à pátria espiritual", ocorrido em 1974, uma "lavagem de roupa suja" era feita na cúpula da federação, quando herdeiros de Wantuil eram isolados, enquanto os dois "médiuns" pegavam carona nas denúncias do jornalista José Herculano Pires feitas contra a deturpação espírita.
Como naquela metáfora da confraternização das galinhas com as raposas, que prometiam reconstruir o galinheiro, os dois "médiuns", Chico e Divaldo, que mais deturparam o Espiritismo em prol de uma catolicização de moldes medievais, com moralismo punitivista (influência explícita de Jean-Baptiste Roustaing nas obras dos dois "médiuns") e tudo, pegando carona na campanha pela recuperação doutrinária de Herculano Pires, resolveram prometer colaborar "a favor das bases doutrinárias".
Chico e Divaldo resolveram liderar a tendência estranha dos chamados "kardecistas autênticos", vista com muita desconfiança pelo escritor Carlos Imbassahy:
"Existe um grupo de espíritas que se autodenomina de “autênticos kardecistas” e que se esmera num ferrenho combate à Federação Espírita Brasileira e ao roustainguismo, centrados no detalhe absolutamente desprezível do corpo fluídico de Jesus.
No dizer de Krishnamurti de Carvalho Dias, esse é o “boi de piranha” que possibilita a entrada de conceitos contrários à grande contribuição kardecista, que é a imortalidade, a lei da evolução, progressiva e contínua.
Entretanto, esse grupo “autêntico”, curiosamente, aceita o aspecto religioso do Espiritismo e de certa forma a CRISTOLATRIA roustainguista ao apoiar-se nas teses de Emmanuel sobre a evolução em linha reta e o papel de “governador” do planeta atribuído ao Cristo, quando nada disso pode ser autenticamente encontrado no pensamento genuíno de Kardec.
Enfim, os combates margeiam o político e o imaginário, pois esses tais de “espíritas autênticos” continuam acreditando que Kardec foi apenas o codificador e não o fundador do Espiritismo.
E ainda continuam atrás do mito cristão do salvador e do mito judaico do messias.
Não aprenderam a lição histórica da evolução geral e do sentido progressista de Kardec. Apegam-se ao aspecto místico da revelação sobrenatural, na chefia mítica de Jesus Cristo, como “o Espírito da Verdade” e daí por diante".
Complacente com Chico Xavier, Herculano Pires no entanto chegou a manifestar-se preocupado com o fenômeno Divaldo Franco, chegando a reprovar até sua suposta filantropia:
"Do pouco que lhe revelei acima você deve notar que nada sobrou do médium que se possa aproveitar: conduta negativa como orador, com fingimento e comercialização da palavra, abrindo perigoso precedente em nosso movimento ingênuo e desprevenido; conduta mediúnica perigosa, reduzindo a psicografia a pastiche e plágio – e reduzindo a mediunidade a campo de fraudes e interferências (caso Nancy); conduta condenável no terreno da caridade, transformando-a em disfarce para a sustentação das posições anteriores, meio de defesa para a sua carreira sombria no meio espírita".
Vale lembrar que o "caso Nancy" remete às obras mistificadoras lançadas nos EUA sob rótulos pretensiosos como "crianças-índigos", "crianças-cristais" ou, depois, "crianças-estrelas", atribuindo, numa discriminação "positiva", missões excepcionais a pessoas com inteligência refinada.
As "crianças-índigos" foram uma armação criada pela vidente Nancy Ann Tappe para vender livros e palestras, e a farsa foi ampliada pelo casal Lee Carroll e Jan Tober, que de tanto enriquecer com o embuste, se divorciaram quando a ganância subiu às suas cabeças.
Divaldo Franco, na sua "conduta condenável no terreno da caridade" - não devemos esquecer que Chico Xavier também teve, à sua maneira, essa conduta igualmente condenável - , mantinha sua Mansão do Caminho dentro dos moldes medíocres do Assistencialismo, uma caridade de resultados meramente paliativos, em que o "benfeitor" obtém protagonismo diante dos fracos benefícios dados aos mais necessitados, reduzidos a "um mero detalhe". Ainda vamos falar muito do Assistencialismo.
Divaldo implantou na Mansão do Caminho um projeto pedagógico nos moldes da Escola Sem Partido. O conservadorismo do "movimento espírita" é notório apesar do verniz "progressista" que ilude e engana muita gente boa, mesmo dotada de algum esclarecimento.
"PSICOGRAFIAS" E "PSICOFONIAS" SEMPRE IGUAIS
É verdade que a obra "mediúnica" de Chico Xavier é cheia de irregularidades preocupantes. Mas há uma diferença diante da obra similar de Divaldo Franco: ao menos Chico consegue enganar, explorando diversos tipos de textos, dos contos infantis às crônicas, e imitar estilos literários diversos, NÃO SEM a colaboração de terceiros, vale enfatizar.
Divaldo não tem essa habilidade. As suas obras "mediúnicas" são sempre iguais. É o mesmo Divaldo dos depoimentos, com um texto de um único padrão, podendo ser atribuído a ele, nos depoimentos dados em palestras, entrevistas e participações em programas de TV, ou atribuído a nomes diversos como Joana de Angelis, Manuel Filomeno de Miranda, Marechal Deodoro da Fonseca ou Adolfo Bezerra de Menezes.
Sobre Joana de Angelis, oficialmente atribui-se ela a personagem histórica Joana Angélica, que viveu em Salvador e foi morta ao resistir a um ataque de soldados, acusados de aliciar as alunas no Convento da Lapa - local, hoje, ocupado por um campus da Universidade Católica de Salvador (UCSal) - , aos 60 anos, em 1822. Na época, eclodiam revoltas e conflitos em Salvador, que culminaram no Dois de Julho, em 1823, quando a mobilização popular ajudou a consolidar a Independência do Brasil.
No entanto, embora no caso do Emmanuel de Chico Xavier, algumas fontes vejam sentido no fato do espírito ter sido mesmo o Padre Manuel da Nóbrega, jesuíta que viveu entre 1517 e 1573 e atuou no Brasil colonial, o mesmo não ocorre com Joana Angélica, que pode, na verdade, ser o mesmo espírito obsessor de Divaldo Franco, o "Máscara de Ferro", que fez um acordo com o "médium" depois deste ter feito uma caridade de agrado ao espírito (supostamente ajudando algum encarnado que era da afeição do obsessor).
Através desse provável acordo, o "Máscara de Ferro" teria sugerido para Divaldo Franco escrever mensagens de sua própria mente, a partir de sugestões temáticas e textuais do obsessor, e nele colocasse o crédito de Joana de Angelis, inventando as hoje conhecidas atribuições da "mentora de Divaldo". Joana de Angelis não teria sido Joana Angélica porque esta teria tido uma mentalidade mais progressista e humanista, do contrário do moralismo enérgico do suposto espírito, capaz de forçar Divaldo a exercer trabalho exaustivo de pretensa mediunidade.
Sobre Bezerra de Menezes, nota-se que a "psicofonia" de Divaldo Franco difere muito da do amigo e conterrâneo José Medrado, quando evoca o mesmo personagem. O "Bezerra" de Divaldo Franco lembra um velho bonachão de voz exausta e agonizante. Já o "Bezerra" de José Medrado lembra um velho franzino e tenso, que fala como se fosse alguém prestes a ter uma crise de vômito. Em ambos os casos, porém, nota-se uma estranheza comum: um espírito desencarnado "ainda enfermo".
Segundo o Espiritismo original, quando o espírito se desencarna, ele deixa de ter as limitações do corpo físico e se torna sempre vigoroso e ágil. Somente quando a desencarnação é mais recente, o espírito pode ainda manter, por um breve período, as impressões de fragilidade física que lhe parecem ainda presentes em sua memória.
Isso contradiz a "presença" de Bezerra de Menezes. Ele pode ter reencarnado mais de uma vez e hoje pode estar num corpo de uma pessoa de cerca de 30 anos. No entanto, oficialmente os "espíritas" acreditam que Bezerra "encerrou sua encarnação", mas seu suposto espírito flutua na "erraticidade" brasileira para "consolar aflitos", "enquanto ainda houver uma lágrima chorada pelos sofredores".
Mas, pela natureza do espírito, e excluindo a imagem idealizada do "dr. Bezerra", que mais lembra a de uma versão brasileira do Papai Noel - através de uma biografia que só lhe aponta aspectos positivos - , Bezerra reencarnou. E não teria se manifesto como "doente", porque, se levar em conta a crença dos "espíritas", o "dr. Bezerra", falecido em 1900, já teria superado as dores de sua enfermidade mortal cerca de um século depois.
REACIONARISMO E "ESPIRITISMO DE DIREITA"
Divaldo Franco, a partir de 2016, passou a ser o símbolo do que oficialmente se entende como "espiritismo de direita". Forças progressistas são tomadas de surpresa e apostavam nessa denominação para definir o que acham ser uma grande novidade, sem saber que a natureza do Espiritismo, no Brasil, é realmente direitista.
O próprio Chico Xavier sempre manifestou ideias de direita, em livros e depoimentos. A realidade confirma suas raízes e sua formação social extremamente conservadora. Ele ficou ao lado dos opressores, quando defendeu a ditadura militar e foi homenageado por ela. Chico Xavier foi anti-petista antes de muitos esquerdistas desiludidos que passaram para o "Fora Dilma" em 2016.
A postura melindrosa das esquerdas, que até agora não acreditam que Chico Xavier era mesmo um direitista convicto os fez ver, no "espiritismo de direita", uma novidade. Como se na obra de Chico Xavier, no Reformador e em publicações solidárias não houvesse a defesa do trabalho exaustivo, a pregação de um moralismo punitivista, a rejeição ao pensamento crítico etc.
Diante dessa imprudência, os esquerdistas que abraçam, em tese, o Espiritismo foram obrigados a admitir direitismo na figura de Divaldo Franco, que em entrevistas lançadas a partir de 2016 apoiou a Operação Lava Jato, que recentemente se comprovou uma organização criminosa, conforme reportagens publicadas pela equipe do jornalista Glenn Greenwald no The Intercept Brasil.
Organização criada supostamente pelo "combate à corrupção", a Operação Lava Jato se revelou o contrário, uma iniciativa patrocinada pelo Departamento de Estado dos EUA para eliminar governos progressistas no Brasil, através do chamado lawfare, o uso de um aparato jurídico-policial para fins políticos, cujo ápice foi a prisão do ex-presidente Lula, feita por condenação sem fundamento relacionada ao triplex do Guarujá e feita precipitadamente em segunda instância, ignorando o direito do esgotamento dos recursos de defesa até o chamado "trânsito em julgado".
Divaldo Franco exaltou Sérgio Moro e "toda a equipe da Lava Jato", o que inclui o mercenário Deltan Dallagnol, que, nos diálogos do aplicativo de mensagens de celular Telegram, demonstrou ser muito ganancioso e ávido por dinheiro (ele quase criou a Fundação Lava Jato para captar lucros por meio de palestras e faturar em cima de empresas investigadas, como a Petrobras, mediante acordo de leniência). Os dois se revelaram bastante politiqueiros, desmentindo crenças antigas.
Divaldo também apoiou um estranho alimento promovido pelo então prefeito de São Paulo, João Dória Jr., hoje um dos articuladores do novo PSDB, prestes a virar um reduto de bolsonaristas arrependidos, mas de direita, como Alexandre Frota, já filiado a ele.

DIVALDO FRANCO, SEM VERIFICAR, ACEITOU DIVULGAÇÃO DA FARINATA, A "COMIDA DE CACHORRO" OU O "LIXO ALIMENTAR" DO PREFEITO DÓRIA, DURANTE EDIÇÃO PAULISTA DO "VOCÊ E A PAZ".
A farinata é um composto feito por restos de comida, de procedência duvidosa - eles podem vir até do lixo alimentar hospitalar - , com um valor nutritivo desconhecido e suspeito, que faria parte de um programa de alimentação popular nas escolas públicas.
A semelhança com biscoitos de polvilho, em cor cinzenta, enganou muita gente. Mas a farinata é a provável causa de 14 mortes em 2017, por intoxicação alimentar, numa fazenda em Jarinu, interior de São Paulo, tutelada pelo grupo católico Missão Belém. Os internos apresentavam quadros de vômito, desnutrição, desidratação e diarreia, e a Missão Belém não tinha autorização legal para promover ações terapêuticas de qualquer espécie.
O que não se pode admitir é que Divaldo Franco tenha aceito divulgar a farinata na edição paulista de seu programa "ecumênico", o "Você e a Paz" (realizado em várias cidades, o evento tem como ápice a edição no Largo do Campo Grande, Salvador, em todo dia 19 de dezembro de cada ano), sem ter o menor pressentimento de algum problema. Divaldo se diz tão fiel a Allan Kardec, apesar da evidente deturpação, mas o pedagogo francês desconfiaria até de um amigo se ele pedisse para divulgar um estranho composto alimentar sem a devida verificação.
E não foi por Divaldo Franco ser idoso, porque, segundo seus seguidores, ele parecia ter ainda muita lucidez, apesar da idade avançada, 90 anos em 2017. E não é preciso consumir energia física para ser intuído por benfeitores espirituais sobre o perigo de certas novidades anunciadas.
Mas Divaldo mostrou a que veio quando fez esse discurso, em 13 de fevereiro de 2018 ,no "3º Congresso Espírita de Goiás", realizado em Goiânia, e que teve a participação do mais recente escudeiro do "médium", o jurista "espírita" Haroldo Dutra. O longo depoimento, reproduzido abaixo, foi motivado por uma pergunta de um membro da plateia, de nome Fernando, que foi seguida do grito irônico de outra pessoa, dizendo a palavra "Pinga Fogo", o famoso atestado fiel do direitismo de Chico Xavier. No final, Divaldo cita a palavra "jamais" em francês, em tom muito jocoso e se apropriando da pátria original do Espiritismo:
DEPOIMENTO DE DIVALDO PEREIRA FRANCO SOBRE IDEOLOGIA DE GÊNERO E SÉRGIO MORO
"Congresso Espírita de Goiás", 13 de fevereiro de 2018, em Goiânia
Fernando, 18 - O que dizer sobre a ideologia de gênero?
DIVALDO FRANCO - Eu diria em frase muito breve, que é um momento de alucinação psicológica da sociedade. (Aplausos) Em uma entrevista que recomendamos, Iraci Campos, do Centro Espírita (sic) Joana de Ângelis, na Barra da Tijuca, entrevistou um nosso aluno a esse respeito, e as respostas como as perguntas, muito bem elaboradas, propiciaram a Haroldo (Dutra Dias) a abordar a questão no ponto de vista legal, moral, espírita e social. Vale a pena, portanto, procurar na Internet, esse encontro de Iraci Campos com Haroldo Dutra. Haroldo disse em síntese, eu peço licença a ele, que se trata de um momento muito grave da cultura social da Terra, e que é naturalmente algo que deveremos examinar em profundidade, mesmo porque nós vamos olhar a criança, graças à sua anatomia, como sendo o tipo ideal. E a criança, nesse período, não tem discernimento sobre o sexo. A tese é profundamente comunista. E ela foi lançada por Marx sob outras condições, que a melhor maneira de submeter um povo não é escravizá-lo economicamente, era escravizá-lo moralmente. Como nós vemos, através de vários recursos que vêm sido aplicado no Brasil nos últimos nove anos, dez, em que o poder central tem feito todo o esforço para tornar-se o padrão de uma sociedade em plena miséria, econômica e moral, porque os exemplos de algumas dessas personalidades são tão aviltante e tão agressivo (sic) que se constituíram legais, e, porém, nunca morais. Todas essas manifestações que estamos vendo graças à República de Curitiba, cujo presidente é o dr. Moro (aplausos), e deve ser o desnudar da hipocrisia e da criminalidade. Aliás, o Evangelho recomenda que não deveremos provocar escândalo, e o nosso venerando juiz não provocou escândalo, atendeu a uma denúncia muito singela e no entanto levantou o véu que ocultava crimes hediondos, profundos, desvio de dinheiro que poderia acabar no Brasil com a tuberculose, com as enfermidades que vêm atacando recentemente, poderia educar toda a população e dar-lhe o que nossa Constituição exige, trabalho, repouso, dignidade, cidadania. Mas determinados comportamentos de alguns do passado muito próximo estabeleceram o marxismo disfarçado e a corrupção sob qualquer aspecto como princípio ético. A teoria de gênero é para criar, na criança, no futuro cidadão, a ausência de qualquer princípio moral. Uma criança não sabe discernir, somente tem curiosidade. No mesmo banheiro, um menino e uma menina irão olhar-se biologicamente, sorrir e perguntar o de que se tratava aquele aparelho genésico, que é desconhecido. Então nós defendemos repudiar de imediato e apelar para aqueles em quem nós votamos e somos responsáveis e gritar para eles que somos contra, totalmente contra, essa imoralidade ímpar. (aplausos) Vão me perdoar uma blasfêmia, agora, para adultos. Os espíritas somos muito omissos. No nome falso e na capa da humildade, achamos que tudo está bem, mas nem tudo está bem. É necessário que nós tenhamos vós. O apóstolo Paulo jamais silenciou ante o crime e a imoralidade, e Jesus, muito menos. Ele deu a César o que era de César, mas não deixou de dar a Deus o que é de Deus. Muitas aberrações nós silenciamos. Afinal, disfarçadamente, vivemos numa república democrática, e os nossos representantes lá chegaram pelo nosso voto. Já está na hora de acabar de votar por uma alpercata japonesa, já está na hora de deixar de votar por causa do emprego que vai dar ao nosso filho, pensarmos na comunidade, numa comunidade justa não faltará emprego para todos, uma sociedade justa, de homens de bem, de mulheres dignas, naturalmente estabelecerá as leis de justiça e de equidade, então nós evitaremos essas aberrações, o aborto provocado, esse crime hediondo, que está sendo tentado tornar-se legal, por mais que seja legal, nunca será moral. Nós somos contra quem aborta por essa ou aquela razão, falamos, em tese, matar é crime, seja qual for a aparente justificativa. E agora, com a tese de gênero, estamos indiferentes e, de momento para outro pela madrugada, os nossos dignos representantes adotam. Falávamos ontem a respeito de cartilhas do Ministério da Educação, depravadas, para corromper as crianças, e que as escolas estão demovendo ao Ministério. Que Ministério da Educação é esse, que estabelece fatos (aplausos) de uma indignidade muito grande. Os pais devem vigiar os livros dos seus filhos, e naturalmente recusarem. Nós temos o direito de recusar. Nós temos o dever de recusar. Vítor Hugo hoje, já nos falava há mais de 150 anos, "o grande pecado é a omissão". E Kardec nos falou que não era nobre apenas o fazer o mal, porque não fazer o bem é um crime muito grande. Então precisamos ser mais audaciosos, espíritas, definidos, termos opinião. A Doutrina nos ensina e, para os jovens, eu direi que há uma ética: liberdade. O sexo é livre. Livre-se (?). Mas ele não tem a liberdade de indignificar a sociedade. Poderemos, sim, exercer o sexo, é uma função do corpo e também da alma, mas com respeito e com a presença do amor. Portanto, à teoria de gênero, 'jamais'".