Chico Xavier autenticou fraudes de materialização

PRETENSO PROCESSO DE MATERIALIZAÇÃO DE UM SUPOSTO ESPÍRITO CHAMADO APENAS "ANA".
Maus frutos não podem vir de boas árvores. A adoração cega a Francisco Cândido Xavier faz muitos espalharem pelos quatro cantos que ele é "o médium mais respeitado do mundo", ignorando que sua atuação é extremamente irregular.
Há provas de fraudes aqui e ali, com colaboração de terceiros, um material robusto de provas que poderia desmascarar Chico Xavier definitivamente, não fossem os melindres do fanatismo religioso enrustido (nunca assumido no discurso), da fascinação obsessiva e da mistificação doentia em favor do suposto médium.
O Brasil é um país jovem e as pessoas preferem ser escravas de suas paixões religiosas, tão ou mais traiçoeiras do que as paixões do dinheiro, das drogas e do sexo, com o agravante de que estas paixões, sendo identificadas como males, têm cura diagnosticada. As paixões religiosas, pelo contrário, nunca são identificadas como um mal e se tornam mais perigosas por submeter pessoas a um processo de fantasias e emotividades tóxicas, mas que causam sensações que parecem agradáveis.
É por isso que Chico Xavier fez o que quis em sua trajetória e saiu blindado e impune. Há erros muito graves em sua obra supostamente psicográfica, que os acadêmicos a ele solidários, melindrosos - exemplos notáveis são de Alexandre Caroli Rocha e Alexander Moreira-Almeida - , preferem deixar essa "mediunidade" em aberto, porque, se for investigado conforme recomenda Allan Kardec, através do rigor da Razão, com toda certeza Chico Xavier seria desmascarado, tal como aqueles vilões do seriado de animação do Scooby-Doo.
ATESTADO ESCRITO POR CHICO XAVIER E ASSINADO POR ELE E "TESTEMUNHAS" PARA AUTENTICAR A FRAUDE DA MATERIALIZAÇÃO DA SUPOSTA "ANA".
1) Um aspecto grotesco é forjar formações de ectoplasmas em supostos médiuns, e, para isso, se coloca em cada voluntário uns fios de esparadrapo ou gaze e algumas bolas de algodão. O voluntário precisa manter a boca aberta e os olhos fechados para completar a encenação;
2) Modelos são contratados para ficarem cobertos de roupas brancas. As cabeças são cobertas por um lençol, capuz ou véus e sobre elas são coladas fotos de personalidades mortas. São as chamadas "cabeças de papel";
3) Às vezes, fotos de personalidades mortas são coladas em almofadas ou travesseiros, estas cobertas de fronhas brancas, com o suposto médium deitado e com fios de gaze ou esparadrapo amarrados a essas almofadas ou travesseiros;
4) O uso de cor branca tenta dar a impressão de um suposto caráter evoluído das materializações;
5) As fotos que registravam essas fraudes, até os anos 1970, eram feitas com material fotográfico de baixa qualidade, para dificultar a perícia. Notem que, entre 1953 e 1979, quando foram produzidas supostas materializações neste sentido, já havia máquinas fotográficas de excelente qualidade.
Se Chico Xavier assinou atestados legitimando essas fraudes, ele sabia muito bem do que estava acontecendo. Ele não iria participar da farsa com tamanho empenho se tivesse sido enganado, porque, para ser enganado, teria que se submeter a alguém mais esperto e ter uma participação secundária e menos destacada.

ATESTADO DE SUPOSTA MATERIALIZAÇÃO DE UM CIDADÃO DE PEDRO LEOPOLDO, CUJO RETRATO FOI COLADO SOBRE UM TRAVESSEIRO COM FRONHA REVESTIDA DE PLUMAS.
O apoio de Chico Xavier a fraudes de materialização é algo grave e muito sério. Não é uma molecagem na qual ele pôde sair imune e ter "aprendido a lição". Na verdade Chico Xavier em nenhum momento demonstrou arrependimento desses atos, apenas deixou-os ao esquecimento enquanto, promovido a um pretenso filantropo, recebia as glórias terrenas recebendo prêmios e aparecendo ao lado de personalidades famosas ou ricas.
Isso poderia muito bem derrubar a reputação de Chico Xavier, porque esta denúncia de apoio a fraudes apresenta provas, vindas da conhecida caligrafia do "médium". Não são especulações de gente "invejosa com o trabalho do bem" nem de "perseguidores de um homem humilde e bom", mas denúncias sérias que desmascaram vergonhosamente o "bondoso médium" e desqualificam até mesmo sua imagem de "caridoso", porque a caridade não é amiga da desonestidade.

SUPOSTA MATERIALIZAÇÃO DA JOVEM IRMA DE CASTRO ROCHA, A MEIMEI, COM O FORMATO FACIAL DISFORME EM RELAÇÃO AO ROSTO ORIGINAL DA JOVEM.
As supostas materializações eram tão grosseiras, com suas "cabeças de papel", que há uma foto de Irma de Castro Rocha, a Meimei, cuja modelo, coberta de roupas brancas, representou a falecida jovem - supostamente psicografada em alguns livros e coletâneas de Chico Xavier - com uma falha na cabeça, considerada disforme em relação à cabeça original da finada, que tinha uma testa maior do que a que a modelo apresentou na "materialização".
NÃO DEU PARA ESCONDER - "MATERIALIZAÇÃO" DO "RISONHO" JOHN KENNEDY USOU FOTO RECORTADA DA REVISTA FATOS E FOTOS.
Também aparecem outras estranhezas como a imagem de John Kennedy - sim, o famoso presidente estadunidense, assassinado em 1963 - , numa suposta materialização em 1964, no Brasil, em que o político do Partido Democrata aparece sempre sorrindo, sem esconder que é a mesma expressão que foi publicada numa edição da revista Fatos e Fotos (da Editora Bloch, a mesma de Manchete) no final do ano anterior.
Normalmente, John Kennedy nunca apareceria sorrindo, porque ele estaria abalado pelo chocante episódio de ter sido morto em praça pública, quando saudava a multidão num desfile em carro aberto em Dallas, no Texas. Naqueles idos de 1964, é de se acreditar que o espírito de Kennedy apresentasse uma expressão melancólica, porque naquela época sua tragédia ainda era um assunto de muita evidência e sua importante figura causou comoção mundial, a ponto de receber homenagens até no Brasil, quando um município capixaba passou a se chamar Presidente Kennedy.
Há outras estranhezas, como um suposto José Herculano Pires usando óculos, numa falsa materialização que soou como uma galhofa ao falecido jornalista autenticamente espírita mas que, por boa-fé, acreditou em Chico Xavier sem saber que este era inclinado a atitudes desonestas graves. A amizade com o "médium" rendeu, ao sobrinho de Cornélio Pires, um "presente" nada delicado, com Herculano Pires reduzido a uma "cabeça de papel", com óculos.
Chico Xavier autenticou fraudes através de sua assinatura
Do Dossiê Espírita
Pessoas, bonecos de pano e até travesseiros ou almofadas. Todos forrados com muitos panos, com pijamas, véus, bordados, algodões, gazes ou mesmo cestos que eram usados para "fixar" certas fotos impressas de gente falecida.
Não se trata de um ato de inveja ou de intolerância religiosa, mas de um trabalho investigativo sério, feito por finalidade laica, sem estar contra ou a favor de qualquer crença religiosa. O que se observa aqui é uma fraude, e essa constatação é feita pela simples observação dos fatos, de acordo com a lógica e a realidade concreta em que vivemos.
Chico Xavier tornou-se um mito quase irretocável, um semi-deus que até vários de seus detratores têm um certo medo de criticar. E os erros que ele cometeu eram muito graves, daí as críticas enérgicas que assustam os espíritas autênticos e bastardos que vivem no Brasil.
Esta postagem mostra que Chico participou, sim, das fraudes de materialização. E não somente participou como apoiou, assinou documentos de pretensa legitimação e puxou outros líderes "espíritas" a fazer o mesmo, assinando junto ao anti-médium alguns de seus documentos.
Tratam-se de processos fraudulentos em que documentos são forjados para supostas comprovações. Chico se aproveitava de sua projeção de ídolo religioso, já às custas de polêmicas aparentemente vencidas por ele, para redigir pretensos atestados na tentativa de tomar como "legítimos" processos que a gente logo vê como fraudulentos.
No documento referente à foto no alto, Chico assinou junto com outros líderes de "centros" e supostos médiuns, como uma espécie de apoio para tais processos enquanto que, em outros, ele assinava sozinho. Este documento foi feito com os seguintes termos:
NÓS, ABAIXO-ASSINADOS, PRESENTES A REUNIÃO DE MATERIALIZAÇAO, REALIZADA NA RESIDENCIA DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, NA NOITE DE 16 DE SETEMBRO DE 1953, EM PEDRO LEOPOLDO, DECLARAMOS QUE, SERVINDO NA CABINA, COMO MÉDIUM, O NOSSO COMPANHEIRO FRANCISCO PEIXOTO LINS (PEIXOTINHO), RESIDENTE A RUA MIGUEL HEREDIA, 146, EM CAMPOS, ESTADO DO RIO, FOI A NOSSA REUNIÃO VISITADA PELO ESPIRITO DA IRMÃ ANA, DESENCARNADA EM MACAS, ENTIDADE ESSA QUE FOI FOTOGRAFADA PELO NOSSO CONFRADE SR. HENRIQUE FERRAZ FILHO, RESIDENTE NO RIO DE JANEIRO, TENDO SIDO O SERVIÇO FOTOGRÁFICO ORIENTADO PELO ESPIRITO DA IRMÃ SCHEILLA, IGUALMENTE MATERIALIZADO NA MESMA REUNIÃO. O RETRATO OBTIDO CONSTITUI MOTIVO DE GRANDE JÚBILO PARA OS NOSSOS CORAÇÕES QUE RECEBERAM, COM ESSADADIVA, GRANDE ACRESCIMO DE RESPONSABILIDADE, TAO GRANDE E A BENÇAO DO MUNDO ESPIRITUAL QUE ESTA FOTOGRAFIA TRADUZ. PARA DAR TESTEMUNHO DA REALIDADE, ASSINAMOS A PRESENTE DECLARAÇÃO.
PEDRO LEOPOLDO, 14 DE DEZEMBRO DE 1953.
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
ESMERALDA BITTENCOURT
JAKS ABOAB
INAIA FERRAZ LACERDA
HENRIQUE FERRAZ FILHO
WANDA LINTZ DE FREITAS FERRAZ
HENRIQUE KEMPER BORGES
MARIA CONCEIÇÃO LOMBA FERRAZ
FRANCISCO PEIXOTO LINS
Nesses documentos, de supostas materializações feitas principalmente entre 1953 e 1954, Chico afirma ter estado presente nesses eventos.
Observa-se que a qualidade das fotos é sofrível, e naquela época era possível chamar fotógrafos mais sofisticados, com aparelhos de alta definição para a época - mas suficientes para mostrar nitidez e qualidade na distribuição de cores - , para comprovar tais processos, mas nada foi feito.
Mas essa recusa se deu visando duas manobras. Uma, é a de criar um pretexto de falsa modéstia, com o registro "em condições precárias" dos supostos processos de materialização. Segundo, o de ocultar detalhes que poderiam indicar fraudes ainda mais grotescas, embora os aspectos fraudulentos, mesmo nessas condições, não sejam difíceis de serem notados.
A fraude se nota por muitos aspectos grosseiros, em que os supostos rostos vistos são posicionados de maneira desproporcional aos corpos, sempre "ocultos" em roupões brancos ou pretos. Isso sem falar dos bonecos, travesseiros e almofadas utilizados.
E ver que isso teve a autenticação de Francisco Cândido Xavier, um homem que os brasileiros sentem um grande medo de tirar de seu pedestal, é simplesmente vergonhoso. Ele mesmo assinou embaixo de tudo isso e participou alegremente nessas brincadeiras todas. Coitados dos falecidos que são usados nesses rituais de ludibriação!