Chico Xavier usou "caridade" como desculpa para seus graves erros
CHICO XAVIER SE PROMOVEU COM ASSISTENCIALISMO.
As pessoas são tomadas de paixões religiosas e sentem fascinação obsessiva por Francisco Cândido Xavier. É um mau hábito, trabalhado pela mídia hegemônica há muito tempo, e de maneira mais decisiva quando a Rede Globo decidiu relançar o mito do "médium", com base no método que Malcolm Muggeridge fez para blindar Madre Teresa de Calcutá, acusada de tratar de forma desumana seus assistidos.
Embora oficialmente se diga que os seguidores de Chico Xavier estejam protegidos por "energias elevadas, trazidas pelo Alto", a verdade é o que eles sentem não ser mais do que uma emotividade tóxica, uma fascinação obsessiva que parece agradável, alegre e serena quando tudo está bem. Na menor discordância, se explodem em ódio e raiva profundos, além de criar reações confusas como entre os chamados "espíritas de esquerda", atônitos diante do direitismo associado ao "médium".
Revelações mostram que Chico Xavier nem de longe representava essa "santidade" que livros de supostas testemunhas do convívio com o "médium" tentam afirmar. E não se trata de considerar, à maneira dos "isentões espíritas", que Chico Xavier foi "apenas um homem simples e humilde que cometeu muitos erros", mas reconhecê-lo através dos três maiores e gravíssimos erros:
1) Chico Xavier deturpou gravemente o Espiritismo, lançando inúmeras ideias que contrariam os postulados do Espiritismo original;
2) Chico Xavier foi o pioneiro da literatura fake, porque suas obras "mediúnicas" apresentam sérios problemas de aspectos pessoais relacionados aos supostos autores espirituais;
3) Chico Xavier era um ideólogo ultraconservador, mas, para ficar "bem na fita" com as esquerdas, jogava suas ideias retrógradas para o crédito dos "autores espirituais".
São erros de extrema gravidade, que apenas a pessoa comum, presa em sua zona de conforto de ideias simplórias e uma compreensão binária da sociedade - os seguidores ou até mesmo os simpatizantes "distanciados" de Chico Xavier têm um nível de compreensão tão rasteiro quanto a "sociedade silenciosa" que acredita cegamente no que a grande mídia diz - , não consegue perceber. Para o brasileiro mediano, os erros de Chico Xavier são "pequenas molecagens de nada".
É um equívoco pensar nisso. A imagem adocicada de Chico Xavier, trabalhada engenhosamente ao longo de 70 anos, mas intensificada a partir dos anos 1970, esconde os aspectos negativos que acima citamos como seus piores erros. Lembremos que ele quase foi para a cadeia por causa da usurpação grave do nome de um escritor morto e só foi salvo pelas circunstâncias.
ARRIVISTA
Chico Xavier foi o mais célebre arrivista brasileiro. Arrivista é aquele que busca se ascender na sociedade de maneira inconveniente ou desonesta. De Geisy Arruda a Guilherme de Pádua, passando por nomes como o empresário baiano Mário Kertèsz e o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, virou uma "tradição" começar fazendo errado e, depois, querer bancar o certinho.
Levando em conta que o Brasil é ainda um semi-analfabeto em paranormalidade, assunto que já é problemático em sociedades mais esclarecidas como as do Velho Mundo, Chico Xavier aproveitou a ignorância exagerada para lançar um livro que é pioneiro na literatura fake, espécie de "Bíblia das fake news", o livro poético Parnaso de Além-Túmulo, lançado em 1932.
Não existe razão alguma nem mesmo motivos plausíveis que sugerissem autenticidade ou algo próximo disso a este e outros livros "mediúnicos" de Chico Xavier. As teses que buscam antenticá-los são muito superficiais, inseguras e cheias de contradições. Por outro lado, mesmo o "meio espírita" não consegue esconder que tais obras, a partir do livro de 1932, foram fraudulentas, ainda mais com este livro poético sofrendo estranhos reparos editoriais cinco vezes em mais de duas décadas.
Chico Xavier foi beneficiado pelas conveniências, pelo jogo de interesses e pela habilidade de manobrar os recursos de manipulação do inconsciente coletivo - como no caso do "bombardeio de amor", técnica perigosíssima de dominação que, no Brasil, tem no "médium" seu maior artífice - , e ainda foi aproveitado numa estratégia diversionista da ditadura militar de tentar evitar a redemocratização do país.
Daí que Chico Xavier, enfatizando ações como o mero Assistencialismo - superestimado como se fosse uma "caridade transformadora", mas cujos resultados careciam de embasamento e de dados precisos - e o sensacionalismo barato das "cartas mediúnicas" (verdadeiras práticas de espetacularização da morte, camufladas pelo pretexto da "outra vida"), tornou-se, praticamente, um guardião da ditadura militar, além de ter sido um equivalente, para esse período, ao que Olavo de Carvalho representa para o governo Jair Bolsonaro.
Promovido sob a falsa imagem de "pacificador" - como se fosse fácil promover ações de paz com palavrinhas piegas - , Chico Xavier, blindado pela Rede Globo e pela ditadura militar (que o "médium" apoiou com um entusiasmo e convicção subestimados pelos seus adeptos em geral), foi uma tentativa da ditadura militar evitar os movimentos de redemocratização, promovendo um suposto "símbolo de caridade" para anestesiar a população.
Foi nessa época em que foi trabalhada a imagem que hoje se conhece de Chico Xavier e que inspira uma emotividade intensa, aparentemente agradável e consoladora, mas na verdade dotada de uma emotividade tóxica, combinada com a catarse de um masoquismo religioso compensado com a adoração cega a um pretenso missionário.
Com a manipulação do discurso, vendia-se Chico Xavier como uma síntese das virtudes humanas, uma falácia que não se vê na realidade. O próprio Chico Xavier se desmascarou no Pinga Fogo da TV Tupi: um senhor ranzinza, reacionário, católico ortodoxo. Não há hipótese que se sustente que suponha que Chico Xavier estava "encenando um personagem". Mais fictícia é a imagem supostamente meiga e progressista do "médium", que lembra mais fadas de contos infantis.
Os brasileiros têm dificuldade de aceitar a realidade de ver Chico Xavier como um fraudador literário (com ajuda de terceiros, mas sob a clara responsabilidade pessoal dele), um reacionário convicto e, sobretudo, o "inimigo interno do Espiritismo", com o propósito de desviar a doutrina do caminho dos postulados originais para investir num igrejismo medieval.
Muito se mentiu em favor de Chico Xavier. Uns o definiram como "esquerdista", outros como "fiel defensor das bases doutrinárias", mas a realidade mostra o oposto de tudo isso. A confusão mental dos chiquistas em diversos níveis criava embates e trazia mais peso na consciência do que uma autoconfiança fortalecida, até porque, para manter a imagem agradável do "médium", as pessoas brigavam com os fatos, não raro de maneira furiosa e estúpida.
Chiquistas brigando entre si porque uns consideram Chico Xavier "profeta" e outros não. "Isentões" sem ter o que fazer ao abrir mão da imagem "divinizada" do "médium" e adorando-o vagamente sob a imagem de "homem simples, humilde e imperfeito". Uma adoração sem motivo, tão cega e fanática (embora num fanatismo nunca assumido) que não tem sequer mais base para tamanha admiração.
A própria "caridade" de Chico Xavier lembra mais o Assistencialismo barato dos programas de televisão. Não há resultados significativos para tamanha adoração, locais como Uberaba e Pedro Leopoldo nunca saíram de suas condições de urbanismo mediano e o "médium" nunca trouxe melhorias expressivas para o Brasil.
A "caridade" acabou sendo apenas desculpa para blindá-lo dos erros. Foi apenas um artifício para evitar críticas e condenações. Mas elas só serviram de camuflagem para os erros graves que envolvem a apropriação leviana da memória dos mortos, a exploração dos sofrimentos familiares e a pregação de uma religiosidade conservadora na tentativa de evitar a redemocratização do Brasil.
Adepto da Teologia do Sofrimento, explícita em seus livros e depoimentos, Chico Xavier foi um ídolo religioso forjado artificialmente, de maneira tendenciosa e voltada para proteger os interesses das elites dominantes, que aceitam um suposto filantropo cuja "caridade" não ameace os privilégios dos mais ricos mas, por outro lado, também não promovem a ruptura profunda com a pobreza, apenas investindo em ações paliativas.
O que Chico Xavier representou, em "caridade", foi um mero Assistencialismo semelhante ao de programas de televisão. Tudo isso foi distorcido "positivamente" para parecer uma "caridade transformadora", mas sem dados precisos nem resultados reais tudo isso tornou-se uma grande falácia, ainda que agradável e confortadora. Até como filantropo Chico Xavier revelou-se um farsante, usando a caridade como escudo para seus atos desonestos.
As pessoas são tomadas de paixões religiosas e sentem fascinação obsessiva por Francisco Cândido Xavier. É um mau hábito, trabalhado pela mídia hegemônica há muito tempo, e de maneira mais decisiva quando a Rede Globo decidiu relançar o mito do "médium", com base no método que Malcolm Muggeridge fez para blindar Madre Teresa de Calcutá, acusada de tratar de forma desumana seus assistidos.
Embora oficialmente se diga que os seguidores de Chico Xavier estejam protegidos por "energias elevadas, trazidas pelo Alto", a verdade é o que eles sentem não ser mais do que uma emotividade tóxica, uma fascinação obsessiva que parece agradável, alegre e serena quando tudo está bem. Na menor discordância, se explodem em ódio e raiva profundos, além de criar reações confusas como entre os chamados "espíritas de esquerda", atônitos diante do direitismo associado ao "médium".
Revelações mostram que Chico Xavier nem de longe representava essa "santidade" que livros de supostas testemunhas do convívio com o "médium" tentam afirmar. E não se trata de considerar, à maneira dos "isentões espíritas", que Chico Xavier foi "apenas um homem simples e humilde que cometeu muitos erros", mas reconhecê-lo através dos três maiores e gravíssimos erros:
1) Chico Xavier deturpou gravemente o Espiritismo, lançando inúmeras ideias que contrariam os postulados do Espiritismo original;
2) Chico Xavier foi o pioneiro da literatura fake, porque suas obras "mediúnicas" apresentam sérios problemas de aspectos pessoais relacionados aos supostos autores espirituais;
3) Chico Xavier era um ideólogo ultraconservador, mas, para ficar "bem na fita" com as esquerdas, jogava suas ideias retrógradas para o crédito dos "autores espirituais".
São erros de extrema gravidade, que apenas a pessoa comum, presa em sua zona de conforto de ideias simplórias e uma compreensão binária da sociedade - os seguidores ou até mesmo os simpatizantes "distanciados" de Chico Xavier têm um nível de compreensão tão rasteiro quanto a "sociedade silenciosa" que acredita cegamente no que a grande mídia diz - , não consegue perceber. Para o brasileiro mediano, os erros de Chico Xavier são "pequenas molecagens de nada".
É um equívoco pensar nisso. A imagem adocicada de Chico Xavier, trabalhada engenhosamente ao longo de 70 anos, mas intensificada a partir dos anos 1970, esconde os aspectos negativos que acima citamos como seus piores erros. Lembremos que ele quase foi para a cadeia por causa da usurpação grave do nome de um escritor morto e só foi salvo pelas circunstâncias.
ARRIVISTA
Chico Xavier foi o mais célebre arrivista brasileiro. Arrivista é aquele que busca se ascender na sociedade de maneira inconveniente ou desonesta. De Geisy Arruda a Guilherme de Pádua, passando por nomes como o empresário baiano Mário Kertèsz e o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, virou uma "tradição" começar fazendo errado e, depois, querer bancar o certinho.
Levando em conta que o Brasil é ainda um semi-analfabeto em paranormalidade, assunto que já é problemático em sociedades mais esclarecidas como as do Velho Mundo, Chico Xavier aproveitou a ignorância exagerada para lançar um livro que é pioneiro na literatura fake, espécie de "Bíblia das fake news", o livro poético Parnaso de Além-Túmulo, lançado em 1932.
Não existe razão alguma nem mesmo motivos plausíveis que sugerissem autenticidade ou algo próximo disso a este e outros livros "mediúnicos" de Chico Xavier. As teses que buscam antenticá-los são muito superficiais, inseguras e cheias de contradições. Por outro lado, mesmo o "meio espírita" não consegue esconder que tais obras, a partir do livro de 1932, foram fraudulentas, ainda mais com este livro poético sofrendo estranhos reparos editoriais cinco vezes em mais de duas décadas.
Chico Xavier foi beneficiado pelas conveniências, pelo jogo de interesses e pela habilidade de manobrar os recursos de manipulação do inconsciente coletivo - como no caso do "bombardeio de amor", técnica perigosíssima de dominação que, no Brasil, tem no "médium" seu maior artífice - , e ainda foi aproveitado numa estratégia diversionista da ditadura militar de tentar evitar a redemocratização do país.
Daí que Chico Xavier, enfatizando ações como o mero Assistencialismo - superestimado como se fosse uma "caridade transformadora", mas cujos resultados careciam de embasamento e de dados precisos - e o sensacionalismo barato das "cartas mediúnicas" (verdadeiras práticas de espetacularização da morte, camufladas pelo pretexto da "outra vida"), tornou-se, praticamente, um guardião da ditadura militar, além de ter sido um equivalente, para esse período, ao que Olavo de Carvalho representa para o governo Jair Bolsonaro.
Promovido sob a falsa imagem de "pacificador" - como se fosse fácil promover ações de paz com palavrinhas piegas - , Chico Xavier, blindado pela Rede Globo e pela ditadura militar (que o "médium" apoiou com um entusiasmo e convicção subestimados pelos seus adeptos em geral), foi uma tentativa da ditadura militar evitar os movimentos de redemocratização, promovendo um suposto "símbolo de caridade" para anestesiar a população.
Foi nessa época em que foi trabalhada a imagem que hoje se conhece de Chico Xavier e que inspira uma emotividade intensa, aparentemente agradável e consoladora, mas na verdade dotada de uma emotividade tóxica, combinada com a catarse de um masoquismo religioso compensado com a adoração cega a um pretenso missionário.
Com a manipulação do discurso, vendia-se Chico Xavier como uma síntese das virtudes humanas, uma falácia que não se vê na realidade. O próprio Chico Xavier se desmascarou no Pinga Fogo da TV Tupi: um senhor ranzinza, reacionário, católico ortodoxo. Não há hipótese que se sustente que suponha que Chico Xavier estava "encenando um personagem". Mais fictícia é a imagem supostamente meiga e progressista do "médium", que lembra mais fadas de contos infantis.
Os brasileiros têm dificuldade de aceitar a realidade de ver Chico Xavier como um fraudador literário (com ajuda de terceiros, mas sob a clara responsabilidade pessoal dele), um reacionário convicto e, sobretudo, o "inimigo interno do Espiritismo", com o propósito de desviar a doutrina do caminho dos postulados originais para investir num igrejismo medieval.
Muito se mentiu em favor de Chico Xavier. Uns o definiram como "esquerdista", outros como "fiel defensor das bases doutrinárias", mas a realidade mostra o oposto de tudo isso. A confusão mental dos chiquistas em diversos níveis criava embates e trazia mais peso na consciência do que uma autoconfiança fortalecida, até porque, para manter a imagem agradável do "médium", as pessoas brigavam com os fatos, não raro de maneira furiosa e estúpida.
Chiquistas brigando entre si porque uns consideram Chico Xavier "profeta" e outros não. "Isentões" sem ter o que fazer ao abrir mão da imagem "divinizada" do "médium" e adorando-o vagamente sob a imagem de "homem simples, humilde e imperfeito". Uma adoração sem motivo, tão cega e fanática (embora num fanatismo nunca assumido) que não tem sequer mais base para tamanha admiração.
A própria "caridade" de Chico Xavier lembra mais o Assistencialismo barato dos programas de televisão. Não há resultados significativos para tamanha adoração, locais como Uberaba e Pedro Leopoldo nunca saíram de suas condições de urbanismo mediano e o "médium" nunca trouxe melhorias expressivas para o Brasil.
A "caridade" acabou sendo apenas desculpa para blindá-lo dos erros. Foi apenas um artifício para evitar críticas e condenações. Mas elas só serviram de camuflagem para os erros graves que envolvem a apropriação leviana da memória dos mortos, a exploração dos sofrimentos familiares e a pregação de uma religiosidade conservadora na tentativa de evitar a redemocratização do Brasil.
Adepto da Teologia do Sofrimento, explícita em seus livros e depoimentos, Chico Xavier foi um ídolo religioso forjado artificialmente, de maneira tendenciosa e voltada para proteger os interesses das elites dominantes, que aceitam um suposto filantropo cuja "caridade" não ameace os privilégios dos mais ricos mas, por outro lado, também não promovem a ruptura profunda com a pobreza, apenas investindo em ações paliativas.
O que Chico Xavier representou, em "caridade", foi um mero Assistencialismo semelhante ao de programas de televisão. Tudo isso foi distorcido "positivamente" para parecer uma "caridade transformadora", mas sem dados precisos nem resultados reais tudo isso tornou-se uma grande falácia, ainda que agradável e confortadora. Até como filantropo Chico Xavier revelou-se um farsante, usando a caridade como escudo para seus atos desonestos.