Confirmado: Chico Xavier foi cúmplice da farsa de Otília Diogo



O que surpreende neste país maluco que é o Brasil é a cegueira dos seguidores de Francisco Cândido Xavier, que não conseguem vê-lo como um direitista convicto ou como um farsante mediúnico, apesar das provas consistentes e robustas. Tentam relativizar tais defeitos, e desqualificam as provas sob o pretexto de que "a Razão pode ser maliciosa" e defendem que a Razão só é "boa" quando ela evita interferir nos devaneios da chamada "fé espírita".

Há gente afirmando que Chico Xavier teria sido "enganado" por Otília Diogo, em seus espetáculos de pretensa materialização. A suposta médium de Uberaba forjou um espetáculo que se iniciaria com uma suposta irmã Josefa atravessando uma jaula sob os gritos de "Viva Jesus!", repetidos por ela com falso sotaque alemão.

Os espetáculos teriam sido feitos em 1963 e 1964. Neles Otília teria se passado pelo doutor Alberto Veloso, por um menino de nove anos e por outros personagens. Havia desconfianças, mas houve quem acreditasse no evento, alimentando ainda mais a reputação sensacionalista de Chico Xavier, que participava dos eventos que eram fotografados por Nedyr Mendes da Rocha, que as publicou vários anos depois.

A controvérsia existia, mas tudo parecia estável até que repórteres de O Cruzeiro, na edição de 27 de julho de 1970, de Luiz Antônio Luz e Carlos Piccino, revelou a farsa, encontrando material usado por Otília, como objetos diversos, roupas que foram identificadas como as usadas pelos supostos espíritos materializados de Irmã Josefa e do dr. Alberto Veloso, neste caso uma barba postiça e um turbante. O material foi encontrado num porta-malas de um carro.



Otília Diogo, revelou a reportagem, teria também feito maquiagens para eliminar rugas e se passar por personagens mais jovens. Uma atriz de teatro, Maria Viana, reconstituiu as encenações. Otília foi desacreditada e, depois de presa, foi solta e caiu no ostracismo até morrer. Irmã Josefa realmente existiu, falecida nos anos 1940, mas nunca teria se manifesto na suposta médium Otília Diogo.

Chico Xavier foi livrado da cumplicidade, e sua blindagem dos Diários Associados, que geralmente vinham da TV Tupi, passaram a vir também de O Cruzeiro, que passou a publicar, depois, mensagens "mediúnicas" do mineiro.



No entanto, se observarmos bem, o "fogo amigo" foi dado por Nedyr Mendes da Rocha, que fotografou Chico Xavier muito alegre e demonstrando estar por dentro de todo o espetáculo. Ele parecia muito desenvolto e mostrava conhecer os bastidores. E duas coisas devem chamar a atenção:

1) Nos anos 1950, Chico Xavier foi desaconselhado a promover pretensos rituais de materialização de espíritos. Uma década depois, ele desobedeceu;

2) O espetáculo de Otília Diogo custou a amizade de Chico com Waldo Vieira, que, desapontado, deixou o "movimento espírita" para fundar, até o fim da vida, uma seita esotérica chamada Conscienciologia e Projeciologia.

Aqueles que tentaram alegar que Chico Xavier "foi enganado" por Otília Diogo usam como pretexto a ideia de que o "médium" de Pedro Leopoldo teria acreditado numa possível materialização de Emmanuel que não ocorreu. Mas isso não procede, afinal isso pode ser um rumor, porque são explícitas as fotos que mostram ele "por dentro dos acontecimentos".

As fotos são um dos "fogos amigos" que atingiram a reputação de Chico Xavier e revelam aspectos negativos de maneira surpreendente, porque não vêm de supostos adversários do "médium", mas de gente solidária. Em outro "fogo amigo", Suely Caldas Schubert divulgou uma carta de Chico Xavier a Antônio Wantuil de Freitas, presidente da "Federação Espírita Brasileira", que desmascarou a farsa de Parnaso de Além-Túmulo, revelando-a uma obra forjada por editores da FEB.

As fotos abaixo mostram que Chico Xavier estava comunicativo, desenvolto e atento demais para ser considerado vítima de algum engano. Suas expressões e sua descontração mostram que ele sabia de toda a farsa montada e à qual deu seu mais completo apoio. Ele mostrava dar o mais completo acompanhamento do caso, atuando como um dos responsáveis pela farsa.

Mas como ele tinha prestígio religioso e era blindado pela FEB e pela sociedade brasileira mais influente, ele nunca foi incriminado. Seu caminho continuou livre e, uma década depois, ele ganhou até uma reputação de pretenso filantropo que até hoje protege sua imagem frente ao grande público.

Vejamos as fotos que mostram a cumplicidade de Chico Xavier na farsa de Otília Diogo: