Confirmado: Meimei NÃO foi psicografada por Chico Xavier

IRMA DE CASTRO ROCHA, MUITO PROVAVELMENTE, SENTIU-SE OFENDIDA E TRAÍDA PELO MARIDO ARNALDO ROCHA, QUE SE ALIOU A CHICO XAVIER, APOIANDO FRAUDES DE MATERIALIZAÇÃO.
Os brasileiros não conseguem entender as coisas. A desinformação faz com que o Brasil sucumba facilmente aos retrocessos políticos mais aberrantes. A ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República é um exemplo, e quando dizemos que Francisco Cândido Xavier forneceu as condições psicológicas que abriram caminho para o bolsonarismo, o pessoal não gosta, mas essa é a realidade mais dolorosa, contundente, desagradável, mas indiscutível.
Pode haver traição póstuma? Sim, pode. De repente a pessoa morre e é traída depois de ter morrido, e rompimentos podem ocorrer no além-túmulo. Mudanças podem haver após o reingresso no mundo espiritual, desde que estejam coerentes com contextos e situações bastante específicas e de acordo com a personalidade do falecido. Ateu, Humberto de Campos não voltaria ao mundo espiritual como um padre preocupado em assuntos monotemáticos voltados à religião.
Nos Estados Unidos, o que muita gente não percebe é que, com o falecimento da jovem atriz Brittany Murphy, estrela de As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless), ela teria rompido com o marido Simon Monjack, suspeito de ter envenenado a atriz para forjar herança e pagar dívidas dele com vendedores de cocaína. Há paranormais que ainda tratam Brittany e Simon como se ainda fossem um casal, apesar dele também ter sido suspeito de ter traído a esposa desviando dinheiro da conta dela para sustentar ex-namoradas.
Uma traição grave que ocorreu sob o aparato do "espiritismo" envolveu uma jovem professora chamada Irma de Castro Rocha, que daremos um breve relato biográfico. Sabe-se que a jovem nasceu em Itaúna, na Grande Belo Horizonte, em 22 de outubro de 1922, viveu em Pará de Minas, no interior mineiro, foi órfã de pai aos dois anos e sofria uma grave doença nos rins, uma forte inflamação chamada nefrite.
Irma começou trabalhando como empregada doméstica, já morando em Belo Horizonte. Conheceu seu primeiro namorado, o esportista Arnaldo Rocha, da mesma idade que ela, com quem se casou aos 22 anos. Aos 24 incompletos, sua doença renal se agravou, obrigando a jovem a ficar em cama, e no dia 01 de outubro de 1946, portanto, a três semanas de seu aniversário, ela faleceu de insuficiência renal.
Arnaldo Rocha era católico, como havia sido Irma de Castro Rocha, que havia recebido o apelido Meimei quando os dois eram noivos, usando esta palavra que, em chinês, significa "noiva querida", expressão que escolheram depois de ler o romance histórico de Lin Yutang, chinês radicado nos Estados Unidos, intitulado Um Momento em Pequim e publicado em 1939.
Comovido, Arnaldo foi aconselhado pelo irmão Orlando a frequentar um "centro espírita". A ideia fixou na mente de Arnaldo quando os dois desceram a Avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte, e viram Chico Xavier em frente, que os saudou, nas palavras de Arnaldo:
"Chico olhou-me e disse: 'Ora gente, é o nosso Arnaldo, está triste, magro, cheio de saudades da querida Meimei…' Afagando-me, com a ternura que lhe é própria, foi-me dizendo: 'Deixe-me ver, meu filho, o retrato de nossa Meimei que você guarda na carteira.' E, dessa forma, após olhar a foto que lhe apresentara, Chico lhe disse: '- Nossa querida princesa Meimei quer muito lhe falar!' "
Combinando a fascinação obsessiva motivada pelo "bombardeio de amor", a perigosa (sem ironia) arma de Chico Xavier, e a saudade melancólica da esposa morta, Arnaldo Rocha foi facilmente dominado pelo "médium", a ponto de se tornar parceiro dele.
ESTRANHA PSICOFONIA
A primeira traição foi quando Chico Xavier começou a forjar supostas psicografias usando o nome de Meimei. Os textos lembravam um "Emmanuel de saias", mas a exploração da emotividade saudosa de Arnaldo Rocha o fez ser tomado de sentimentos obsessivos. A fascinação obsessiva lhe dominou e, com isso, ele, sem saber, havia traído vergonhosamente sua esposa.
Vários livros, incluindo textos em supostas coletâneas "mediúnicas", foram publicados sob o nome de Meimei. O primeiro "livro solo" data de 1952, intitulado Pai Nosso. As obras usam uma linguagem "maternal", em tom quase infantil, embora os valores sejam análogos aos das obras sob o nome de Emmanuel.
Apesar de ter sido católica fervorosa, Meimei não teria escrito esses livros, por mais que eles estivessem de acordo com a religiosidade da falecida jovem. A verdade é que uma série de contextos desmentem a influência e a participação de Meimei, que, naturalmente, teria se distanciado de Arnaldo para seguir sua missão espiritual, mas, diante do uso leviano de seu nome, teria se sentido traída e ofendida com tamanha apropriação terrena.
Um dado estranho a ser considerado é a "rara" projeção de Chico Xavier como um suposto psicófono, ou seja, "médium" de mensagens de voz. Somente os relatos de Arnaldo Rocha e alguns poucos, como Humberto de Campos Filho em 1957, descrevem a "mediunidade vocal" de Chico Xavier, que no entanto não é destacada em sua biografia.
Por que será? Isso diz muito quanto à canastrice mediúnica e quanto ao fato de que a psicofonia é fácil de ser forjada, desde que o suposto psicófono tenha habilidade de imitar vozes. Podendo supor timbres vocais vendo as aparências das pessoas, como Meimei e Humberto de Campos, Chico Xavier teve um breve período se passando por "psicófono", atividade que teria encerrado diante de críticas severas de pessoas que foram assistir a tais atividades nos "centros espíritas" mineiros.
FALSA MATERIALIZAÇÃO ATRIBUÍDA A MEIMEI.
Mas o que confirmou a traição foi a suposta materialização atribuída a Meimei, pois a jovem foi envolvida nesse verdadeiro trote que apresenta efeitos grotescos, comprovando as fraudes em seus diversos aspectos, sobretudo pelo uso de travesseiros ou almofadas, modelos vestindo roupas brancas e fronhas e capuzes, além de gazes, esparadrapos e algodões, para fabricar espetáculos de falsa materialização.
A farsa foi tão grotesca que a modelo que foi contratada para a fraude, usando um vestido cheio de babados e um outro vestido em cima cobrindo os braços, mais um véu que escondia a face, teve colado na cabeça a foto de Meimei, num formato completamente disforme em relação à cabeça original da falecida.
Notem que o rosto original de Meimei era mais comprido do que sugere a suposta forma materializada. Mesmo se Meimei raspasse o cabelo e ficasse com a cabeça careca, ela também seria mais comprida do que a do "rosto materializado", o que põe em xeque a veracidade da suposta materialização.
Só essa fraude de materialização mostra que Meimei não teria sido psicografada por Chico Xavier. Devemos nos lembrar da Lei de Atração. Traiçoeiro, Chico Xavier só atraiu espíritos traiçoeiros. Ele não pode ser inocentado pelas más influências que sofreu, porque ele mesmo vibrou com gosto e afinidade de sintonia para isso.
Além do mais, Meimei, pessoa simples, mas séria e honesta, em nenhuma hipótese teria aceito participar das "brincadeiras" que usam seu nome para alimentar o prestígio religioso de Chico Xavier e tirar da responsabilidade dele visões pessoais moralistas que soam por demais conservadoras.
Só essa fraude de materialização mostra que Meimei não teria sido psicografada por Chico Xavier. Devemos nos lembrar da Lei de Atração. Traiçoeiro, Chico Xavier só atraiu espíritos traiçoeiros. Ele não pode ser inocentado pelas más influências que sofreu, porque ele mesmo vibrou com gosto e afinidade de sintonia para isso.
Além do mais, Meimei, pessoa simples, mas séria e honesta, em nenhuma hipótese teria aceito participar das "brincadeiras" que usam seu nome para alimentar o prestígio religioso de Chico Xavier e tirar da responsabilidade dele visões pessoais moralistas que soam por demais conservadoras.
Só isso expressa uma galhofa à memória da jovem Irma, e Arnaldo Rocha, falecido aos 90 anos em 2012, sem perceber acabou traindo a falecida esposa, de maneira bastante vergonhosa e fútil, se deixando levar por um arrivista religioso que, ainda por cima, foi posto no banco dos réus por falsa psicografia usando o nome de Humberto de Campos e só saiu impune pela seletividade da nossa Justiça, sempre a medir as sentenças judiciais pelo prestígio social.
O prestígio religioso de Chico Xavier é um privilégio social, a níveis equiparados ao do elitismo. E ver que Arnaldo Rocha foi dominado e passou o resto da vida sendo guiado por sentimentos de fascinação obsessiva, que trazem uma falsa sensação de calma e um transe místico muito perigoso, é preocupante.
Ainda mais quando, em nome da saudade da falecida esposa, Arnaldo Rocha se rendesse a Chico Xavier e sua irregular mediunidade, a ponto de ser "parceiro de crime" do "médium", o que fez com que o esposo de Meimei, tomado de muita fascinação obsessiva e dominado pelo "bombardeio de amor" do seu ídolo, tenha traído a sua esposa sem saber. Uma traição que se revela uma dolorosa surpresa no retorno ao mundo espiritual, como foi o caso de Arnaldo em 2012.