Esquema resumido sobre os "fogos amigos" contra Chico Xavier
CHICO XAVIER APOIAVA FRAUDES DE MATERIALIZAÇÃO E FOI CÚMPLICE DO CASO OTÍLIA DIOGO.
As pessoas não conseguem entender as denúncias que crescem na Internet contra Francisco Cândido Xavier. Sentem medo em ler textos longos a respeito, mesmo quando eles estão fartos de fatos e argumentos lógicos que reforçam a gravidade dessas denúncias e derrubam um mito que todos estão acostumados a cultuar, há, pelo menos, 45 anos.
Fazemos aqui um esquema resumido dos "fogos amigos" que atingem a imagem de Chico Xavier, o que agrava ainda mais boa parte das denúncias contra o "médium", porque estas não partem de opositores do nível de um Padre Quevedo, mas de gente considerada aliada ou simpatizante do beato de Pedro Leopoldo e Uberaba.
Em um texto rápido, vamos enumerar exemplos de abordagens de gente simpática que, sem querer, deixou vazar algum aspecto bastante negativo que comprova os escândalos que deveriam derrubar a idolatria a Chico Xavier, se o Brasil fosse um país menos ingênuo. Vamos às denúncias e seus respectivos denunciantes acidentais:
1) CHICO XAVIER FEZ FRAUDES LITERÁRIAS, COM AJUDA ALHEIA:
A informação foi trazida por acidente por Suely Caldas Schubert, em Testemunhos de Chico Xavier, de quem a escritora e "médium" era amiga, através de cartas do religioso para Antônio Wantuil de Freitas, então presidente da "Federação Espírita Brasileira".
Nesse livro, se confirmam, entre outras coisas, que Chico Xavier não fazia sozinho as fraudes literárias, mas com a ajuda de dirigentes da FEB, e, o que é pior, com o "médium" demonstrando toda sua cumplicidade, ao se oferecer para colaborar com as modificações editoriais.
O livro revela, entre outras coisas, que Parnaso de Além-Túmulo sofreu cinco modificações editoriais, mesmo depois de cada uma das cinco edições já comercializadas, o que põe em xeque o mito de que o livro era "organizado por iniciativa de benfeitores espirituais".
2) CHICO XAVIER FOI CÚMPLICE DE OTÍLIA DIOGO E APOIOU FRAUDES DE MATERIALIZAÇÃO:
Entre 1951 e 1954, Chico Xavier participou de fraudes de materialização e até de psicofonia (ajudadas por vozes em off, supostamente atribuídas a mensageiros espirituais). No caso da materialização, com fraudes bastante grotescas, Chico Xavier fazia atestados dando pretensa autenticidade às obras fraudulentas, assinando embaixo nesses documentos.
Quanto ao caso Otília Diogo, o fotógrafo designado para seus espetáculos, Nedyr Mendes da Rocha, simpático a Chico Xavier, em 1979, lançou o livro O Fotógrafo dos Espíritos, que apostava na tese de que Otília teria feito autêntica materialização, entre 1963 e 1964. Mas é consenso que ela fez fraudes e foi charlatã, mas o que chama a atenção é um Chico Xavier alegre, comunicativo e extrovertido demais, chegando a mostrar o material a ser usado no evento, como se estivesse por dentro da farsa, demonstrando cumplicidade e apoio a esse embuste ilusionista.
3) CHICO XAVIER COLABOROU COM A DITADURA MILITAR:
Na biografia As Vidas de Chico Xavier, o jornalista Marcel Souto Maior, simpático ao "médium" apesar de se declarar "isento" e "não-sectário", deixou vazar que Chico Xavier, além de ter feito comentários elogiosos à ditadura militar e repudiado os movimentos sociais de esquerda, diante de uma gigantesca audiência de um programa de TV, foi condecorado pela Escola Superior de Guerra
Era um momento de radicalização da repressão ditatorial, com o lançamento de práticas de tortura de presos políticos, o que significa que a Escola Superior de Guerra (notem este nome) somente premiaria quem colaborasse com a preservação do regime ditatorial.
4) DETALHES SOBRE AS FRAUDES DE CHICO XAVIER E DIRIGENTES DA FEB:
A historiadora Ana Lorym Soares, no trabalho O Livro Como Missão: a Publicação de Textos Psicografados no Brasil dos Anos 1940 a 1960, reforçou as denúncias acidentais de Suely Caldas Schubert, cujo livro acima citado serviu de fonte de pesquisa, aumentando ainda mais a gravidade das acusações de fraude literária contra Chico Xavier.
Afinal, através de entrevistas e outras fontes pesquisadas, a historiadora, sem querer, acabou revelando todo o processo de modificações editoriais das "psicografias", inclusive no que se toca ao ponto mais polêmico: os diferentes estilos literários atribuídos aos "autores espirituais".
Neste caso, descobre-se que na FEB havia consultores literários, como Manuel Quintão e Luís da Costa Porto Carreiro Neto, que contribuíram para "rechear" as "psicografias", orientando que estilo deveria ser imitado.
Um erro havia sido apontado, nos anos 1940, pelo crítico Osório Borba: confundir Antero de Quental com Augusto dos Anjos. Ainda assim, isso mostra que Chico Xavier realmente fez fraudes, mas nunca sozinho, e apoiou o que os dirigentes da FEB fizeram com suas obras, até mesmo se oferecendo para contribuir com tais fraudes. Até parentes de dirigentes da FEB ajudavam no aperfeiçoamento dessas fraudes literárias.
CONCLUSÃO
É assustador que as pessoas se recusem a admitir a evidência dos fatos e as lógicas dos contextos e outros motivos observados. Chico Xavier se revela uma pessoa desonesta, reacionária e que nem de longe deveria receber sequer 1% da adoração que hoje recebe, mesmo postumamente, e ainda que disfarçada de uma "admiração simples".
Num país menos ingênuo, essas denúncias se repercutiriam como um escândalo dos mais graves, que derrubaria qualquer chance de mérito na adoração ao "médium", que, desmascarado, só teria como destino futuro o repúdio da sociedade e o desprezo futuro. Não fossem as paixões religiosas e a fascinação obsessiva, Chico Xavier teria caído em descrédito há muito, muito tempo.
