Quando Chico Xavier puxou o tapete dos outros pelo "ingresso ao céu"


Quem manifesta a mínima consideração com Chico Xavier, por menos sectária que possa ser - principalmente à maneira dos "isentões espíritas", cuja "imparcialidade" não difere muito da do hoje cancelado influenciador Bruno Aiub, o Monark - , deveria sentir vergonha disso. As paixões religiosas em torno do "médium" mineiro atingem níveis constrangedores e preocupantes, estando a níveis de profunda obsessão espiritual, mesmo por meio de uma admiração "distanciada" de um "homem de bem".

Este blog tem como tarefa enumerar os aspectos sombrios da trajetória de Chico Xavier. Não é uma tarefa fácil, mesmo dentro do jornalismo investigativo que aqui exercemos, ainda mais quando a blindagem dada ao Chico Xavier se torna ferrenha, nas dimensões de um fundamentalismo religioso, desencorajando quem pudesse e lançar contra o mito desse charlatão religioso.

E é vergonhoso ver que Chico Xavier é glorificado mesmo quando se constata um aspecto gravíssimo: o de que o "médium", para construir sua "escadaria para o céu", resolveu puxar o tapete de quem estivesse junto dele, quando a encrenca se tornava inevitável.

Dessa forma, Chico Xavier, que realizava atividades de desonestidade profunda, sempre agia e era ajudado a agir para tirar os obstáculos do seu caminho, não à maneira de um sujeito iluminado lutando contra a opressão dos algozes, mas na maneira de um arrivista, mesmo.

Pois os atos desonestos de Chico Xavier sempre foram atitudes para provocar sensacionalismo barato e controvérsias, como alguém que provocasse um tumulto de uma multidão para entrar, como penetra, numa festa chique.

Mas o mais grave é que Chico Xavier, que dava indícios de participar do planejamento desses atos desonestos, como as estranhas reedições dos livros "mediúnicos" com conteúdo alterado, sempre dava a volta por cima de qualquer encrenca, abandonando seus parceiros ou, no caso póstumo (para o "médium") das denúncias contra seu pupilo João Teixeira de Faria, o João de Deus.

É vergonhoso adorar uma pessoa assim, mesmo numa postura "distanciada" e "não-sectária", mesmo admitindo formalmente que Chico Xavier "tinha defeitos" e mesmo apelando para uma misericórdia complacente, como se fosse possível até mesmo aplaudir os erros do "médium".

Se Chico Xavier abandonava os parceiros toda vez que eles caírem em desgraça, isso não é um ato admirável. Independente de terem sido vítimas, como Amauri Xavier, ou culpados explícitos, como João de Deus, passando por Otília Diogo,  nota-se que o ato de Chico Xavier puxar o tapete de seus ex-parceiros é uma demonstração de caráter baixo, o que diz muito sobre a falta de humanismo do "médium" de Pedro Leopoldo e Uberaba.

Só mesmo um país ignorante, de baixa autoestima mas também com um forte complexo de superioridade, religiosamente apegado e escravo de suas convicções emocionais severas, para defender Chico Xavier por qualquer motivo, até mesmo aqueles que soam distanciados e admitam no "médium" qualquer imperfeição.

Isso é deplorável, e mostra o caráter confuso dos brasileiros que, salvo exceções, são submissos às suas próprias debilidades intelectuais, se escravizando ao menor deslumbramento religioso. E isso aumenta ainda mais o poder da tirania institucional da FEB, que se aproveita de um povo ignorante e religiosamente frágil para promover mistificação através de Chico Xavier, o que mostra o quanto perigosa é a cegueira da fé, porque semeia o fundamentalismo.